Após quatro anos de trabalho e dedicação à dimensão missionária da Igreja no Brasil, padre José Altevir da Silva, parte para outra missão: ele foi eleito pelos próximos três anos, provincial da Congregação do Espírito Santo (Província do Brasil) a qual pertence. O religioso foi assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e secretário executivo do Conselho Missionário Nacional (Comina) entre 2008 e 2011.
De acordo com padre Altevir, os quatro anos foram marcados por um trabalho em conjunto e em equipe tanto no Comina como na Comissão Missionária da CNBB. “Todas as nossas iniciativas foram um grande aprendizado no campo da missão onde fizemos um trabalho em conjunto com as outras dimensões da CNBB”, disse. Segundo ele, esse trabalho em conjunto na Conferência dos Bispos se dá de forma indispensável e positiva. “O assessor da dimensão missionária não fala apenas da missão propriamente dita, mas aborda as outras dimensões com enfoque na missão. Quando se trata das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), o assessor fala do documento no âmbito da missão; quando se trata da Campanha da Fraternidade, além de abordar o texto-base da CF, evidencio a missão e assim por diante”, explicou.
No Conselho Missionário Nacional, por sua vez, esse trabalho em conjunto também foi importante para que os objetivos fossem alcançados com êxito. “Nós contamos também com os 17 Regionais, onde há os coordenadores dos Conselhos Missionários Regionais que assimilam o que o nacional reflete; tudo isso é preparado com a ajuda deles no Comina e volta para as bases em forma de subsídios; pois eles vão aos Conselhos Missionários Diocesanos (Comidis). Isso cada vez mais se multiplica até chegar à paróquia e comunidades”.
Questionado sobre os maiores desafios de desenvolver a natureza missionária da Igreja junto aos leigos, religiosos e sacerdotes, padre Altevir foi categórico em afirmar que é a forma como cada batizado assimilou o seu batismo e a sua missão como discípulo. “O próprio papa disse quando veio ao Brasil que somos um país de muitos batizados e poucos evangelizados. De certa forma a missão está acontecendo no seio da Igreja hoje, porém, o que mais falta é o despertar da consciência missionária de todos”, enfatizou. O missionário, porém, acredita que o Brasil está no caminho certo, mas ele alerta que a missão jamais deve ser pensada para dentro da Igreja.
“Nunca se falou tanto em missão como hoje. E a abertura que eu percebo é que a missão continental que é um desejo e um anseio e desejo de Aparecida e da Igreja Latino Americana e Caribenha veio realmente de encontro a isso. Nós não podemos perder de vista, no entanto, o foco da missão universal que Jesus nos chamou para ir e anunciar a todas as criaturas. Ir até os confins do mundo, por isso nós não podemos nos fechar. A missão não pode ser feita entre quatro paredes. A missão não deve ser feita voltada para a paróquia, comunidade ou movimento, mas voltada para o coração humano espalhado pelo mundo afora”.
A nova missão
A Congregação do Espírito Santo tem carisma missionário explícito. Sua missão é se fazer presente nas realidades mais difíceis onde a Igreja não tem condições de caminhar sozinha. Nessas realidades, os espiritanos, como são chamados se instalam, dão início a um trabalho de formação de lideranças e estrutura da Igreja para assim a comunidade caminhar com os próprios passos. “Quando percebemos que a Igreja amadureceu, nós saímos e vamos para outros lugares mais exigentes. Jamais ficaremos muito tempo num determinado lugar”, disse padre Altevir.
Ele assumiu a Congregação no dia 19 de março. Reside na Casa Provincial de São Paulo (SP) de onde desenvolve trabalhos que chegam aos 72 confrades espalhados pelo Brasil. Os espiritanos são em 3.200 em todo o mundo, presentes em 66 países nos cinco continentes. No Brasil eles estão no Acre, Amazonas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Pará e Distrito Federal, sendo que 45 são brasileiros e 27 alemães, portugueses e irlandeses.
0 comentários:
Postar um comentário