Terminou no fim de semana na Casa de Exercícios Espirituais dos Salesianos, em ‘via della Pisana’, em Roma, os trabalhos da Assembleia Geral Anual das Pontifícias Obras Missionárias (POM). A reunião aconteceu entre os dias 7 e 11 e contou com a presença de pouco mais de 100 diretores das POM espalhados pelo mundo.
De acordo com o diretor das POM do Brasil, padre Camilo Pauletti, a reunião teve foco voltado para o papel da instituição de levar o Evangelho a todos os povos e no trabalho voltado para a oração como sustento da missão e no apoio ao lançamento de ideias que levem a evangelização também por meio de projetos. “Foi bastante destacado que neste Ano da Fé seja desenvolvida uma campanha de oração para toda a Igreja, no sentido de ajudar a despertar nos povos a importância de Jesus”, sublinhou o diretor.
Foi mencionado e refletido também sobre os desafios da evangelização no mundo secularizado e pluricultural de nossos dias, ponto que inclusive será tema do 3º Congresso Missionário Nacional que acontecerá nos próximos dias 12 a 15 de julho em Palmas (TO). Padre Camilo enfatizou o que foi pontuado em Roma sobre a nova evangelização. “A Igreja pede mais; reforçaram aquilo que já sabemos: que a Igreja não pode se acomodar. Há uma esperança de fazer crescer o trabalho missionário”.
A troca de experiências e a possibilidade de conhecer diretores das POM do mundo inteiro é outra riqueza da Assembleia Geral da entidade, conforme relata o diretor do Brasil. “É impressionante como cada país tem sua história e seus desafios de evangelização. Às vezes nem nos damos conta de que vivemos num país livre como é nosso caso. Conversei com diretores das POM de países como Egito, Etiópia, Líbano e eles me falaram das dificuldades com a política, com a seca que e com a falta de recursos. Ouvir o testemunho deles é sentir como acontece a missão no mundo e viver a solidariedade que existe nas POM. Também ouvi sobre as dificuldades na China e na Indonésia. Não é fácil”, sublinhou.
Prestação de contas
Como acontece anualmente, mais uma vez houve a prestação de contas dos recursos que as Pontifícias Obras Missionárias arrecadam para o apoio de projetos de missão em todo o mundo. Da mesma forma que em 2011, os recursos continuam a diminuir em países da Europa e nos Estados Unidos, que são aqueles que mais contribuem e, com isso, consequentemente, mais projetos deixam de ser desenvolvidos no mundo. Segundo padre Camilo, as Igrejas da África e Ásia continuam a ser aquelas que mais precisam de ajuda seguido depois pela América Latina e Oceania.
Atualmente, os projetos missionários desenvolvidos com recursos das POM de todo o mundo ajudam na formação de 80 mil seminaristas, mais de 1.000 seminários e cinco colégios pontifícios. O continente africano é o mais ajudado com cerca de 70% dos recursos destinados. A ajuda para financiar esses projetos tem diminuído desde 2009, em torno de 5%, quando estourou a crise imobiliária nos Estados Unidos levando o mundo inteiro a poupar. “As ajudas já chegaram a 175 milhões de dólares antes da crise. Agora os recursos gerais somam 160 milhões”, comentou o diretor.
Audiência com o papa
O papa Bento XVI comentou o Ano da Fé que será celebrado de outubro de 2012 a novembro de 2014 na Igreja em todo o mundo. “Cada homem e cada povo têm o direito de receber o Evangelho da verdade”, disse ele na perspectiva da celebração do Ano. O pontífice, reunido com os diretores das POM de todo o mundo chamou a atenção para a evangelização que é sempre “uma questão urgente, nestes tempos impulsiona a Igreja a operar com passos ainda mais largos pelos caminhos do mundo, para levar cada homem ao conhecimento de Cristo”.
Leia discurso do papa às Pontifícias Obras Missionárias na íntegra. Clique aqui
0 comentários:
Postar um comentário